sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Gestão de Planteis: Sporting de Braga

Faz 9 anos que António Salvador preside à Direcção do Sporting Clube de Braga - Fevereiro de 2003. Nessa data, que já poucos se deveram recordar, o SCB terminará a época transacta no 14º lugar da tabela. E eis que começa a mudança:

Jesualdo Ferreira é apontado como o novo treinador do Braga em Abril de 2003, nem 2 meses depois da nomeação de António Salvador, e o clube acaba em 5º a 2 pontos do Nacional (4º). Época seguinte, 58 pontos, 4º lugar, a 3 do Sporting, 4 do Porto e 6 do Benfica!  2005/06 seria a última época do Professor junto dos Gverreiros; somados os mesmos 58 pontos mas desta feita ficando a 21 pontos do primeiro lugar. As boas exibições traduziram-se em aproximadamente 14.4 milhões de euros - balanço de transferências.

Seguir-se-iam Carlos Carvalhal, Rogério Gonçalves, Jorge Costa e Manuel Machado. Cinco treinadores em apenas duas. Curiosamente em 2006/07, época em que "rodaram" os três primeiros treinadores, o clube acaba em 4º lugar, com 50 pontos (30 jogos efectuados - ano de redução da liga); com mais 9 pontos que em 2007/08 - 7º lugar. Somam aproximadamente 4.2 milhões€.

2008/09, o Braga de Jorge Jesus, regista pela primeira vez um balanço de transferências negativo - 2.13 milhões€. Ganha a Taça Intertoto, é 4º classificado, passa a fase de grupos da UEFA, perdendo mais tarde com o PSG na primeira "Elimination round".

Sai Jesus entra Domingos. Domingos levará os bracarenses ao 2º lugar na liga portuguesa - 2009/10 - pela primeira vez na sua historia e a sonhar mais alto que nunca em competições internacionais - finalista vencido da Liga Europa, 2010/11. Balanço final, mais 17.025 milhões€.

Com performances cada vez mais consolidadas é a vez de Leonardo Jardim, durante o tempo que cá estiver, deixar a sua marca no Braga, antes de ele também, certamente, rumar a um clube maior.

Resta a nota: dentro ou fora de campo, a grandeza alcança-se sem euforias. As boas iniciativas empresariais (como a venda dos "naming rights" do estádio por 4,5 milhões€, com a duração de 3 anos, 2007-2010) consolidadas pelo princípio basilar de comprar jogadores a baixo custo, valorização e venda, fazem deste, provavelmente, o clube mais bem gerido em Portugal. Façam favor de o modelar!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Gestão de Planteis: o caso Sporting

Apesar do que foi dito por Godinho Lopes, este domingo, no fórum "Pensar Sporting":
"[A saída de Domingos Paciência] É uma questão que não faz sentido. Os resultados do clube não satisfazem, mas a equipa [técnica] que dirige o Sporting é outra coisa", sublinhou Godinho Lopes, admitindo que "há ainda um longo caminho a percorrer".


A saída de Domingos Paciência não foi assim tão surpreendente. A onda de maus resultados (na segunda volta), o descontentamento dos adeptos, e os comentarios de alguns jogadores acerca do seu treinador e métodos de treino, julgo que faziam prever este desfecho, embora a sua saída também me tenha parecido precoce.

O investimento feito pelos dirigentes do Sporting, aproximadamente 32 milhões de euros, visavam promover resultados a curto prazo. A política não é necessariamente má, mas sim perigosa. A melhor hipótese do Sporting capitalizar sob os seus investimentos depende da sua manutenção na Liga Europa e da convocatória e utilização de jogadores como Wolfswinkel, Schaars, Elias, e Matias Fernandez, nas respectivas selecções nacionais.

Conviria portanto ao Sporting que a Holanda passa-se a fase de grupos, com o provável prejuízo da selecção das Quinas.

De futuro, o Sporting faria bem se voltar a capitalizar a formação:
Adrien Silva, Cedric Soares, Wilson Eduardo e Pedro Mendes, passaram pela academia leonina e mantêm um vinculo com o clube. Emprestados à Académica, ao Olhanense e ao Real Madrid Castilla, têm sido elementos determinantes dos respectivos clubes.

Deste modo, e facilitando a regularização das contas do clube, terão que alienar vários dos seus activos, actuais titulares. A idade de vários desses jogadores já condicionará futuros retornos. Exemplos de certeza não faltaram a qualquer adepto mais ou menos fervoroso.

Será então Sá Pinto uma boa escolha para suceder Domingos Paciência? Especialmente antes de um jogo da Liga Europa? Pessoalmente acho que não. O seu temperamento e episódios de violência, como a protagonizada entre ele e Liedson, dão a entender que que este não será um treinador que saberá lidar com maus resultados, se estes teimarem em se manifestar.