quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A Trilogia Sagrada: Londres, Manchester, Liverpool


Não conseguiria pensar em três exemplos que melhor retratassem a política e realidade da liga inglesa, após Roman Abramovich (Chelsea, 2003), Mansour bin Zayed (Manchester City, 2007), George Gillet e Tom Hicks (2007; forçados a vender o Liverpool ao Fenway Sports Group a 15 de outubro, 2010, por £300m).

Por mais influência que a gerência dos clubes tenha na suas políticas, também elas com uma dimensão desportiva, e exerçam, assim, uma influência nos resultados desportivos a alcançar, a questão que quero levantar não se prende com quem é dono do quê; mas o impacto e adaptações que estes novos investidores forçaram não só aos clubes da liga inglesa, mas estrangeiras também.

A Premier League constitui, de longe, o aglomerado de clubes que mais investe no mercado para o reforço dos respectivos planteis.



E como não poderia deixar de ser, o investimento de dois dos referidos clubes: Chelsea, e, mais recentemente, Manchester City, são os principais "spenders" à uns anos a esta parte.

Pois bem, o poderio económico capaz de satisfazer quase que qualquer capricho fez com que a cotação de muitos jogadores fosse inflacionada; as melhorias económicas que países formadores de talento, como o brasil, têm sofrido estão a dificultar o recrutamento de jogadores e inclusivamente observa-se, actualmente, um reverter da tendência de mercado - sendo os clubes brasileiros que vão buscar à Europa jogadores (na sua maioria brasileiros).

Quem são os principais beneficiados?



Com o fechar do mercado brasileiro, jogadores colombianos, chilenos, paraguaios, são cada vez mais apetecíveis para clubes mundo a fora.

Benfica e Porto são reconhecidos exemplos de clubes que provêm grandes margem de lucro sobre os seus recentes investimentos.

Tal como a Liga Portuguesa, a Eredivisie é uma das maiores "catapultas" de jogadoras a actuar nas 5 principais ligas europeias. Os clubes têm obviamente beneficiado com isso, vendo os seus activos (os jogadores) incrementalmente valorizados.

Apostas diferenciadas

A politica do Liverpool parece ter mudado; Sturridge vêm corroborar ainda mais uma tendência visível, não fosse Liverpool FC o clube com o plantel mais jovem de toda a Premier League, e a acentuar-se ainda mais depois do fecho da época: Doni e Carragher, com 33 e 34 anos de idade, respectivamente, encontram-se em final de contrato.

Pode-se dizer que a renovação, mais visível, do plantel dos "Blues" começou com Andre Villas-Boas, com a contratação de: Juan Mata (Valência), Romelu Lukaku (Anderlecht), Thibaut Courtois (Genk), Oriol Romeu (Barça B), Ulises Dávilla (Guadalajara); Gary Cahill (Bolton), Kevin de Bruyne (Genk), Lucas Piazón (São Paulo B) e Patrick Bamford (Nottm. Forest). O mesmo se pode esperar ver no Spurs, actual clube do treinador português, que, de resto, já confirmou, para a próxima época, os préstimos de Lewis Holtby (Schalke).

Há varios jogadores em final de contrato no clube londrino.

Guarda-Redes: Ross Turnbull (28 anos) e Hilário (37 anos).
Defesas: Ashley Cole (32 anos) e Paulo Ferreira (33 anos).
Médios: Frank Lampard (34 anos), Florent Malouda (32 anos) e Yossi Benayoun (32 anos).

Todos eles marcam o final de uma era à qual somente John Terry (34 anos) e Petr Cech (30 anos) resistiram. Será interessante observar quem virá reforçar esta equipa e por que valores. Como será que esse Chelsea se irá comportar no início de 2013/14; e será que o treinador irá resistir?

Para concluir: o Manchester City será, provavelmente a equipa que se irá manter mais estável, sem saídas significativas e continuando a sua aposta em jogadores feitos, e, consequentemente, mais dispendiosos. Em 6 épocas, Sheik Mansour bin Zayed investiu mais de 558,352,000.00€ no mercado de transferências - valor aproximado do balanço total - resultante das compras e vendas de direitos de jogadores, sob sua vigência. Sheik Mansour investe, em média, mais 20 milhões de euros que seu rival, Roman Abramovich (Chelsea), época!

Sem comentários:

Enviar um comentário